O escritor Gilberto Schwartsmann, que é gaúcho, veio ao Rio para o lançamento, na Livraria Travessa, do seu livro “Odisseu, o herói humano da Odisseia” (Editora Sulina), que tem belíssimas ilustrações de Zoravia Bettiol. Foi um sucesso, como era esperado.
Logo nos primeiros hexâmetros, versos de seis linhas que brincam com o dactílico de Homero, Ilíada e na Odisseia, Gilberto lembra que na Grécia da Antiguidade a mitologia explica os seres, as coisas e a origem do mundo. “A poesia acalma o sofrer e com a rima o tédio, no fundo, é o remédio para a alma.”
“O que dizem os sábios sobre a força do livro: pode quebrar paradigmas, levar novos sabores aos lábios, novas imagens aos olhos, jogar luzes sobre os enigmas.”
Gilberto afirma que Homero prima pela narrativa e imagem que Platão não tenha em relação à poesia uma objeção: é por seu uso moral na educação. Mais adiante afirma que os clássicos têm o destino de desenvolver sentimentos, verdades de séculos de civilização.
Odisseu é o herói de mil estratagemas, vagueou depois de ter destruído a sagrada Tróia, enfrentou monstros com suprema energia. A Odisseia é reflexão sobre limitações e aspirações do ser humano.
O autor não desconhece o poder draconiano da inteligência artificial, o novo deus eletrônico e considera a Odisseia uma epopeia. Precursora das ciências, a mitologia não se atém ao homem, mas aos céus e aos mares, à natureza, animais e lugares, sem atrelar-se ao real e à ficção. Ela repousa na verdadeira intuição.
Para Gilberto, literatura é uma forma de amor. E diz mais: “A vida se resolve com amor, as dificuldades e tempestades existem para aprender as verdades.” Odisseu representa o bem, os pretendentes o mal. É a lição de moral que nos transmite essa obra maravilhosa.