Com o expressivo título “O céu e o inferno da Internet”, Maurício Dinepi fez uma esclarecedora palestra no Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Com a autoridade de um grande conhecedor da matéria, ele afirmou que até 2029 o 5G estará em todas as cidades  brasileiras. A se confirmar esse fato, espera-se que haja também um grande benefício para a nossa educação, pois isso promoverá grandes benefícios para as nossas escolas.

 

Dinepi, que é diretor dos Diários Associados, disse que as empresas jornalísticas terão que se reinventar, para acompanhar essa possível onda de progresso. E como temos hoje o número incrível de 500 mil influencers, a missão da realidade virtual pode alcançar com brilho o mundo carente da educação.

 

Deve-se regular o mercado de redes. Sonhamos com melhores tempos para a cultura do povo brasileiro, mas é preciso considerar que 20% da nossa população ainda acreditam em terraplanismo. Isso apesar do fato de que o país conta com maior número de celulares do que habitantes... É sabido que 64% da nossa população se informam pela internet – é um número crescente, registrando-se  que a web não tem limites.

 

Colaborei durante muitos anos, a convite do saudoso acadêmico Roberto Marinho, na versão impressa do jornal “O Globo”. Mais recentemente, e para minha surpresa, a nova direção do  jornal resolveu transferir o meu artigo para a versão digital, alegando que era “muito mais lida”. Se isso  é verdade, saí ganhando...

 

Há certos riscos, nesse processo. A escritora filipina Maria Ressa, Prêmio Nobel da Paz de 2021, afirmou recentemente que “as plataformas da internet ( redes sociais) estão destruindo a democracia. Elas contribuem para polarizar a sociedade e radicalizar pessoas. Enquanto houver impunidade no mundo digital, haverá impunidade no mundo real.” É uma preocupação da qual não podemos nos dissociar.

 

Na União Européia fala-se hoje com frequência de um processo de regulamentação, de início abrangendo as gigantes  digitais. Vamos acompanhar isso bem de perto, dada a sua relevância.